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Em razão do dia do estagiário (18/08) resolvemos elaborar um artigo especial. Hoje contaremos em primeira mão sobre como foi o nosso período de estágio. Sim, um dia também passamos por essa fase, que se diga de passagem, foi de muitas experiências.

Fazer estágio, ambos concordamos que é um privilégio, isso porque é o momento que antecipa um dos grandes passos que você dará em sua vida. É nessa fase que você pode experimentar de tudo um pouco, passear pelas áreas que acredita mais gostar, e pode errar, já que alguém certamente revisará.

Estará tudo bem, se quiser migrar de caminho durante o estágio, é exatamente para isso que ele serve, para que possa encontrar sua vocação, mas esteja sempre preparado para enxergar as oportunidades, porque no estágio elas surgem a todo momento. Portanto, se você está nesse momento, fique atento(a).  

O foco durante seu estágio deve ser de aprendizagem, e não remuneração, até porque, é lá que você pode (deve) errar, acertar, e errar novamente. Sempre sob a supervisão do profissional da área.

A seguir, iremos contar de forma cômica, situações bastante inusitadas que vivenciamos no decorrer do nosso período de estágio. Eu, Kate, começo.  

Fizemos o atendimento de uma cliente, que trouxe uma documentação robusta (houve uma prisão arbitrária aos entendimentos dos Tribunais, principalmente do STF). Hipoteticamente falando, como se fosse assim:

Sra. Maria comparece presencialmente ao escritório, e nos diz: “Olha, meu filho Tício, um homem trabalhador, com carteira assinada, solteiro, nunca teve passagem na polícia. Com 05 (cinco) filhos, sendo que dois são portadores de deficiências mentais (com documentação comprobatória em mãos), tem um único defeito, é usuário de drogas, e foi preso há 02 (dois) anos atrás com 24g de maconha (sim você leu certo).

Após ouvirmos com paciência e prestando muita atenção nas informações que a Sra. Maria nos dava, pedimos o número do processo. Constatamos que Tício havia sido solto na audiência de custódia, e respondeu o processo em liberdade. Acontece que o Acórdão transitou em julgado, e o TJSP havia mantido a condenação dele; a pena de 1 ano e 11 meses no REGIME FECHADO. Foi expedido mandado de prisão e Tício havia sido preso novamente no dia anterior.

A partir desse momento, somente uma coisa poderia acontecer, o escritório fecha as portas, e trata o assunto com absoluta prioridade. Isso foi feito, a atenção da estagiária foi voltada exclusivamente ao caso, me dediquei, redigi o Habeas Corpus, e estava prontinho para ser protocolado. Mas, por circunstâncias alheias a minha vontade, ele foi protocolado apenas 03 meses depois da data em que a Sra. Maria compareceu ao escritório.

Aqui, não se sabe ao certo, se a culpa foi do estagiário (como sempre é atribuída), do Advogado, ou de terceiros pela demora no protocolo, mas que houve um erro que causou a permanência do Tício por mais tempo preso do que deveria. Disso, ninguém discorda.

 Desfecho: Uma vez protocolado o HC, o STJ no mesmo dia concedeu a Ordem de Ofício para expedição do Alvará de Soltura, e modificação de regime, do FECHADO para o ABERTO. Além de converter a PENA em RESTRITIVA DE DIREITOS.

Moral desta história: “Todo mundo erra, todo mundo vai errar”. Mas, aprendemos que a liberdade do cliente não pode ficar submetida a: quando der tempo.

Caso eu Kate, voltasse no tempo, a única coisa que modificaria seria ter feito estágio desde o primeiro dia da faculdade. Não ter preferência por qualquer órgão/escritório.

 Minha indicação de hoje, é o filme: “Um senhor estagiário”, sem dar muito spoiler, é um filme que demonstra que não há idade para aprender ou ser estagiário e se você tiver humildade para ouvir, se dedicar; e ter responsabilidade sua realização profissional com certeza virá. E que, na real, somos todos eternos estagiários.

Eu Ribeiro, prossigo iniciando com meu bordão: Saudações Cordiais! Trago dois fatos que marcaram meu estágio, além de dicas e conselhos.

O primeiro: após as advogadas e eu revisarmos o pedido de revogação da prisão, pedimos para secretária imprimir e logo envelopei. Parti de moto até o Fórum e ao chegar para protocolar, descobri junto com o servidor que ninguém havia assinado. O processo era físico e o protocolo de igual forma. Óbvio que tive que fazer o trajeto de volta, colher as assinaturas dos patronos e retornar ao Fórum para protocolar.

Segundo: eu de novo na motoca, mas agora com a Advogada na garupa, fomos até o presídio para dar cumprimento a um alvará de soltura. Um caso interessante e um tanto pitoresco, pois a família contratou nosso escritório com o cliente ainda preso, feita a documentação de praxe, entrevista e contrato, olhamos o processo e descobrimos que o Juiz de ofício já havia expedido o alvará de soltura. Óbvio que, o cliente passou a responder ao processo em liberdade, mas o desespero da família, encerrava ali.

O mais interessante foi descobrir e acessar a rua do presídio, que tinha várias comunidades nas imediações e cercado por uma rodovia que bastava você perder uma entrada ou saída, e estava literalmente ferrado ou melhor, atrasado. Graças a Deus essa aventura de estagiário terminou com um final feliz.

É indubitável a necessidade de estagiar na graduação, aprendi que na prática a teoria é outra e ficava me sentido o máximo. Sendo ainda um estudante e ser chamado/tratado por todos de Doutor. Se eu pudesse voltar no tempo, estudaria muito mais. Era “sabido”, público e notório que todos os intervalos durante os cinco anos de minha graduação, que fiz com bolsa de 100%, quem desejasse falar comigo, bastava se dirigir a biblioteca da faculdade aquele ambiente era o meu mundo.  

Por derradeiro, se algum crédito ou autoridade eu tiver para lhe aconselhar, a você estagiário ou estudante de direito; seja curioso, inquieto, estude o máximo que puder. Não apenas o conteúdo da grade curricular, mas outros temas, faça network, conheça lugares, instituições e pessoas. Tenha humildade para aprender com os mais velhos e mais experientes, é aqui onde mora a fonte da sabedoria. 

Essas são nossas histórias, contadas por 2 ex-estagiários de direito.

Kate do Nascimento é Advogada Criminal na Capital-SP-Brasil, ativista feminista, para acompanhá-la basta acessar as suas redes sociais: Instagram: @katedonascimento/Facebook: Kate Do Nascimento. 

D. Ribeiro é Advogado Criminal na Capital-SP-Brasil, e possui um canal no Youtube também chamado de Notícias do Ribeiro, para falar direto comigo basta usar 📷 https://wa.me/5511954771873

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